O primeiro turno das eleições gerais ocorre neste domingo (2/10), e as divergências políticas entre os eleitores no dia do pleito, bem como a tensão na espera do resultado, podem levar o corpo a uma situação de estresse intenso, aumentando o risco de infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC). O cardiologista Carlos Rassi, médico do Hospital Sirio-Libanês e professor de cardiologia da UnB, explica que, quando passamos por um momento de estresse de forte intensidade, há uma grande liberação dos hormônios do estresse, as catacolaminas – adrenalina e noradrenalina –, na circulação sanguínea.
Esses hormônios fazem com que ocorra um aumento dos batimentos cardíacos, elevando a pressão e vasoconstrição arterial, inclusive das artérias coronárias, responsáveis pelo fluxo sanguíneo ao coração.
“Embora isto tenha sua importância adaptativa, de preparar o organismo para enfrentar as situações de estresse, quando ocorre em excesso, pode aumentar o risco de infarto e AVC”, esclarece o cardiologista. Estima-se que até 15% dos infartos são causados pelo estresse.
O risco é maior para os pacientes que tiveram infarto ou AVC no passado, e intermediário para as pessoas com fatores associados, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes, por exemplo. Para os indivíduos saudáveis, a probabilidade é muito menor, mas a ameaça existe.