A pandemia de covid-19 alterou o modo que as pessoas percebem a passagem do tempo, aponta estudo brasileiro publicado na revista Science Advances. Ao final do primeiro mês de isolamento social, em maio de 2020, a maior parcela dos participantes (65%) relatou sentir as horas se arrastarem mais devagar – fenômeno classificado pelos pesquisadores como “expansão temporal” e que se mostrou associado à sensação de solidão e à falta de experiências positivas no período.
Para 75%, diminuiu a sensação de “pressão temporal” – quando o relógio parece andar depressa e falta tempo para cumprir a demandas do dia a dia e para o lazer. A grande maioria dos entrevistados (90%) afirmou estar cumprindo o isolamento social naquele período.
Embora a pandemia tenha modificado a forma que os participantes da pesquisa sentiam o tempo passar, parece não ter afetado sua habilidade de estimar pequenos intervalos temporais (medida pela tarefa de apertar o botão).