A telenovela diária, na forma e conteúdo como conhecemos, vai completar, em 22 de julho próximo, redondos 60 anos de exibição no Brasil.
Como bem lembra Mauro Alencar, consultor e doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana da USP, tudo começou com o então diretor artístico da TV Excelsior, Edson Leite. Incentivado pela Colgate-Palmolive, ele tratou de importar tudo da Argentina, entre texto, diretor e produtores. “0597 da Ocupado”, de Alberto Migré, aqui veio a se chamar “2-5499 Ocupado”, adaptação de Dulce Santucci, com Glória Menezes e Tarcísio Meira, direção de Tito di Miglio.
Na sequência, aí sim, foram comprados vários textos cubanos, entre eles, “O Direito de Nascer”, um tremendo sucesso. Portanto, os dois pilares fundamentais que estruturam a teledramaturgia brasileira, vieram da Argentina e de Cuba, para só depois ganhar o nosso jeitão de fazer.
Vale registrar que a primeira genuinamente nacional foi produzida também em julho de 1963, “A Morta Sem Espelho”, de Nelson Rodrigues, com Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo nos papéis principais. Direção de Fernando Torres e Sérgio Britto, exibida na TV Record e TV Rio.