O apresentador Fausto Silva, o Faustão, entrou para a lista única de transplante de coração após um agravamento do quadro de insuficiência cardíaca. A pedido do GLOBO, a cardiologista Stephanie Rizk, especialista em insuficiência cardíaca, transplante cardíaco e coração artificial da Rede D’Or, Hospital Sírio-Libanês e médica da Cardio-Oncologia do InCor, explica como é o passo a passo desde tipo de cirurgia, desde a inclusão do paciente na fila até a recuperação.
Veja os passos de um transplante de coração
1- O médico constata a necessidade do paciente ser submetido a um transplante de coração.
2- A equipe de transplante inclui o paciente na fila por um órgão e a espera começa.
3- Quando um potencial doador entra no sistema, a Central de Transplantes entra em contato com a equipe de transplantes do paciente prioritário mais apto a receber aquele coração, em termos de compatibilidade do tipo sanguíneo. A equipe então avalia se aquele coração é adequado ou não para o paciente (idade, se usa drogas, se tem infecção ativa, peso, altura, IMC, condição clinica do doador), com base em uma série de critérios que indicam se aquele órgão é viável ou não;
4- O órgão é retirado do doador por um cirurgião da equipe de transplantes do paciente.
5- O coração é preservado por armazenamento estéril, hipotérmico, a uma temperatura de 4 graus e com uma solução cardioprotetora e levado até o hospital onde será realizado o transplante. O ideal é que o transplante do órgão seja feito em até 4 horas depois da extração.
6- O paciente só recebe a confirmação do transplante quando a equipe de captação está no local e constata que o órgão é realmente viável. O preparo para a cirurgia consiste em jejum de 6 a 8 horas e uso de imunossupressores.
7- A cirurgia dura, em média, 4 horas. No centro cirúrgico, os médicos desviam o sangue do paciente para uma máquina de circulação extracorpórea, que mantém o fluxo sanguíneo durante toda a operação, possibilitando a retirada do órgão. O novo coração é colocado e a circulação do paciente é restabelecida.
8 – Logo após a cirurgia, o paciente vai para a UTI, onde permanece por cerca de 7 dias.
9 – O paciente em geral tem alta só depois de 30 dias, em média.
10 – Alguns pacientes tem indicação de tomar remédios para doenças oportunistas nos três a seis primeiros meses e todos devem tomar imunossupressores para o resto da vida.
11 – O paciente é submetido frequentemente a exames diversos para acompanhar a evolução do novo órgão e ver se a adaptação está sendo adequada;
12 – O procedimento é considerado bem-sucedido depois de 12 meses, quando há redução da possibilidade de rejeição.