Estoque de anestésicos usados em pacientes de Covid-19 internados em UTIs é crítico no RN, diz levantamento

No RN, MPF cobra fornecimento de medicamento contra câncer - Unicat — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

O Rio Grande do Norte está com nível crítico de estoque de medicamentos anestésicos e bloqueadores neuromusculares usados na sedação de pacientes em leitos críticos de Covid-19 e outras doenças que precisam ser intubados em UTIs, por exemplo. Segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) na semana passada (12 a 18 de julho), dos 22 remédios pesquisados, 16 estavam com estoques totalmente zerados e apenas três contavam com estoque para três dias ou mais.

De acordo com o Conass, o RN estava entre os seis estados com a situação mais preocupante no país. A situação teria se agravado por causa do aumento expressivo de internamentos, provocados pela Covid-19. Somente em junho, o país teria usado quantidade superior à de todo o ano de 2019. Os remédios são usados, por exemplo, em pacientes internados em UTIs, intubados, usando ventilação mecânica, como os infectados pelo coronavírus.

Nesta sexta-feira (23), o diretor técnico da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), Thiago Vieira, afirmou que o estado recebeu uma remessa enviada pelo Ministério da Saúde e, por isso, ainda conta com estoque disponível para cerca de 10 dias a 12 dias. A previsão leva em consideração número de internados, tendência de queda e média de consumo por paciente.

“A situação é crítica no país inteiro em virtude de termos um ‘boom’ de internações e não termos fornecedores com os quantitativos que todo o país precisa. Na semana passada o governo federal pegou esses mesmos medicamentos em um país vizinho, que foi o Uruguai, para mandar para o Rio Grande do Sul e para Santa Catarina. Hoje a indústria nacional não consegue dar conta da quantidade de insumos necessários para manter os pacientes que estão em leitos críticos, intubados, de maneira confortável”, considerou Thiago Vieira.