O pequeno Damião Andrade, de 11 anos de idade, ainda não tem muita desenvoltura na leitura, mas já conseguiu um grande feito: ensinou a mãe – que nunca frequentou uma escola – a escrever o próprio nome. “Todo mundo rejeitando ela e eu resolvi ajudar. Eu ajudei, ela tá sabendo as letras, já aprendeu o nome”, conta o garoto.
Em cada letrinha que aprende dona Sandra de Andrade descobre um mundo novo. “Ele lê e explica. Vai lendo e explicando o que significa”, diz.
A ideia de ensinar a mãe a ler e escrever veio do gosto pela leitura.Incentivado pelas professoras da Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte de Natal, Damião levava livros todos os dias para ler em casa. “Todo dia ele trazia quatro livros pra casa, devolvia e trazia mais quatro. E ele ficava lendo pra mim e eu fiquei cada vez mais vendo ele no que eu queria ser”, diz a mãe, orgulhosa.
“A leitura é trabalhada para além da escola. Ela não fica aqui na escola, a gente quer que os nossos alunos desenvolvam o hábito pela leitura também fora da escola”, diz Maria Ziane de Araújo, diretora da escola.
Para a professora do garoto, Damião é um exemplo de como o hábito de ler pode mesmo mudar o universo das pessoas. “Mesmo Damião ainda em processo de leitura ele se prontificava a ler para a mãe e sempre voltava dizendo da alegria dela de ter compreendido a história”, conta Teresa Moura.
E quando questionado por que gosta tanto de ler, Damião tem a resposta na ponta da língua: “A imaginação vai mais longe”.