Metade dos prefeitos brasileiros eleitos assumirão a gestão em janeiro de 2017 com muitas dívidas deixadas pelos antigos gestores. O fato pode caracterizar crime fiscal, que proíbe o atraso no final da gestão de pagamentos (ou a falta de dinheiro em caixa para fazê-lo) de despesas contraídas nos últimos oito meses do mandato, mas que está passível de pena de prisão dos administradores. Mas a punição raramente vem sendo aplicada.
Segundo pesquisa realizada em 4.376 cidades –80% do total– pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), 47,3% dos prefeitos deixarão restos a pagar para seus sucessores. O atraso nos restos a pagar nas prefeituras se deve, principalmente, ao não recebimento pelos prefeitos de cerca de R$ 34 bilhões relativos a 82 mil empenhos de emendas parlamentares e de dinheiro de convênios com o governo federal, bloqueados neste ano por conta do ajuste fiscal.